VALE A PENA ?
O mercado de smartphones no Brasil está caminhando para um ponto de saturação, e nem todos os consumidores enxergam uma necessidade de trocar de aparelho uma vez por ano.
Faz sentido uma marca renomada , como a Samsung, lançar um smartphone requentado?
Eu atribuo essa tendência a pelo menos três fatores. Um deles seria o fato de a maioria dos brasileiros já ter um celular inteligente em mãos hoje, e aquela “corrida pelo primeiro smartphone” já não influencia mais tanto o mercado. O segundo fator pode ser o aumento nos preços registrado nos últimos anos, o que torna impeditiva a troca frequente de smartphone. O terceiro fator, creio eu, seria a desaceleração da inovação tecnológica, o que faz com que aparelhos de anos anteriores não fiquem mais tão defasados em comparação com suas edições mais recentes.
Mas mesmo em um cenário como esse, faz sentido uma marca renomada globalmente, como a Samsung, lançar um smartphone intermediário básico “requentado” com exatamente o mesmo hardware de um outro celular apresentado originalmente em 2016?
Eu acho que não, e é por isso que o Galaxy J7 Prime 2 é um aparelho muito confuso para mim. Esse dispositivo, ao contrário do que o marketing da Samsung quer que você acredite, não é uma segunda geração do J7 Prime original, mas sim uma simples versão atrasada que acabou por contar com TV digital embutida.
Houve ainda uma atualização da câmera frontal, e a interface do software está diferente. Mas, de resto, o Galaxy J7 Prime 2 é exatamente o mesmo celular lançado dois anos atrás. Dessa forma, eu me pergunto: vale a pena comprar esse dispositivo em 2018?
Tela
Antes de responder a essa pergunta, vamos analisar esse dispositivo de ponta a ponta. Eu não vou me ater a muitos detalhes porque esse celular não é realmente uma novidade, mas vale a pena dar uma olhada por cima para conferir o que mudou. Por isso, vamos começar pela tela.
O display do aparelho é bem simples em questão de reprodução de cor, como é o esperado para dispositivos dessa categoria. O painel foi construído no padrão LCD PLS e tem um aspecto um pouco lavado, com as cores meio esbranquiçadas. Seu ponto forte, entretanto, é que ele consegue alcançar um alto nível de brilho, sendo excelente para uso em ambientes externos. É exatamente a mesma tela do J7 Prime original, com 5,5’’ no formato 16:9 e resolução Full HD.
Bateria
A bateria do J7 Prime 2 é um ponto positivo. Ela tem 3.300 mAh de capacidade e dura um dia inteiro longe das tomadas tranquilamente para quem tem um padrão de uso intermediário ou mais básico. Nos nossos testes de estresse, pudemos estimar que esse celular consiga rodar até 8 horas de vídeo continuamente no YouTube, com brilho da tela no máximo e WiFi ligado. O recarregamento, por sua vez, é bem lento mesmo com os acessórios originais.
Câmera
O conjunto de câmeras é bem fraquinho, mas consegue tirar fotos minimamente aceitáveis quando você encontra as condições de iluminação adequadas. Ou seja: luz natural do dia. Se o céu estiver nublado ou você resolver fotografar em ambientes fechados, as imagens desse aparelho sempre sairão granuladas e mal focadas. Mas o pior de tudo é que o HDR não vem ativado por padrão e, quando você liga esse recurso, ele faz pouca diferença. Aí fica difícil tirar aquelas fotos com cores mais vívidas, e o céu nas suas paisagens fica sempre estourado.
O sensor traseiro do J7 Prime 2 possui 13 MP, com abertura f/1.9 exatamente a mesma configuração do J7 Prime original. O segundo modelo, contudo, traz uma câmera frontal melhor, em vez dos 8 MP do ano retrasado, temos 13 MP e flash LED.
Desempenho
De qualquer forma, o conjunto de câmeras fraco não é o pior problema desse celular, mas sim o seu desempenho. Por ser um hardware que já tem dois anos de idade, ele não consegue mais dar conta direito nem mesmo de aplicativos básicos. Usar o WhatsApp com esse smartphone é um verdadeiro teste de paciência, por exemplo.
O mensageiro trava com frequência e, às vezes, mostra as mensagens enviadas com tanto atraso na tela que dá tempo de você escrever o mesmo texto e enviar de novo. Navegar no Twitter é “ok”, mas o app do Facebook apresenta lentidão e travamentos frequentes. Jogar games mais intensos nesse aparelho não é uma experiência agradável, para dizer o mínimo. Nos nossos testes de benchmark, o J7 Prime 2 também não mostrou serviço, competindo pela lanterna da nossa tabela com o Multilaser MS80, que é um modelo bem básico.
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